PARA REFLEJAR...

Nunca te olvides que existen cuatro cosas en la vida que no más se recuperan:



La piedra- después de tirada;

La palabra- después de dicha;

La ocasión- después de perdida;

El tiempo- después de pasado.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O GÊNERO TEXTUAL HISTÓRIA EM QUADRINHO: APLICAÇÕES NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

1- Considerações Iniciais

Os gêneros textuais vêm sendo defendido como uma boa ferramenta para o ensino de línguas, pois os mesmos possibilitam que os educandos tenham contato com diferentes tipos de textos e formas de expressão da linguagem. Contudo, é essencial saber trabalhar com os gêneros para que se possa adquirir eficácia no processo ensino/aprendizagem de línguas.

Saber trabalhar com gêneros textuais é utilizá-los não como um mero pretexto para o ensino de normas do sistema linguístico, mas como uma ferramenta que pode possibilitar o uso da língua nas suas variadas formas.

O gênero textual HQs pode ser uma ferramenta eficaz no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, pois além de ser um gênero bastante apreciado pelo público infanto-juvenil, na sua grande maioria, também possibilita o trabalho com competências importantes para aquisição de uma língua estrangeira.

O presente trabalho se faz com o objetivo de contribuir para o processo ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras na Educação Básica. Para alcançar tal objetivo, serão apresentas propostas de como trabalhar com o gênero textual História em Quadrinhos em sala de aula, visando desenvolver as competências leitor compreensiva, oral e escrita dos educandos.

2- Gêneros textuais

2.1 Conceito

Segundo Marcuschi, os gêneros textuais são textos materializados que encontramos em nossa vida cotidiana e que apresentam características sócio comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. (MARCUSCHI, 2005, pág. 22-23)

Podemos tratar os gêneros textuais como enunciados escritos ou orais que utilizamos no nosso dia a dia, sendo que cada um com suas características específicas, como afirma Bakhtin:

A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) (...). O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas [ esferas da atividade humana ], não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua- recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais-, mas também, e, sobretudo, por sua construção composicional [...]. Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 2003, p. 279).


2.2 A importância dos gêneros textuais

No ensino de línguas, é importante que o educando tenha contato com os variados tipos de textos e gêneros, e que saibam que estes podem ser organizados de diferentes formas em nossa língua, a depender do que se pretende emitir com o uso dos mesmos, como trata o PCN:

Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou àquele gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino. Nessa perspectiva, é necessário contemplar, nas atividades de ensino, a diversidade de textos e gêneros, e não apenas em função de sua relevância social, mas também pelo fato de que textos pertencentes a diferentes gêneros são organizados de diferentes formas. (PCN, 1998, p. 23)

Os gêneros textuais sendo tomados como objeto de ensino de línguas estrangeiras possibilitará o desenvolvimento das competências necessárias (leitora, escrita, oral e auditiva) para que o educando possa adquirir a proficiência na língua estrangeira estudada. Essa possibilidade se deve a grande variedade de gêneros textuais existentes na língua, podendo atender às necessidades de cada competência.

2.3 O trabalho com gêneros textuais

Os gêneros textuais vêm sendo bastante trabalhados no ensino de línguas, seja materna ou estrangeira. Porém, nota-se que muitas vezes os mesmos são utilizados como pretexto para o ensino de gramática ou questões interpretativas de texto. Dessa maneira, a importância dos gêneros e seus reais valores são reduzidos.

Para que o trabalho com gêneros textuais possa ser realizado de maneira eficaz, primeiramente, no momento da escolha do gênero ao qual se quer trabalhar, é necessário observar quem estará falando, para quem se destinará o enunciado, qual o principal objetivo e qual o tema do texto. No momento do trabalho com o gênero escolhido em sala de aula, é importante que o educador discuta com os educandos:

→ Qual a funcionalidade do gênero;
→ Qual sua intencionalidade;
→ Em qual domínio ele está inserido;
→ Qual suporte ele está fixado;
→ Como ele se estrutura;
→ Quais são os elementos linguísticos presentes.

Depois de discutidos estes pontos, a partir do gênero trabalhado, o educador terá mais facilidade para desenvolver o Comportamento Leitor e o Comportamento Escritor dos educandos. Estes, considerados os verdadeiros conteúdos nas aulas de línguas.

3- O Gênero História em Quadrinho

3.1 Conceito

Segundo Mendonça, a HQ é caracterizada como um gênero icônico ou icônico verbal narrativo cuja progressão temporal se organiza quadro a quadro, apresentando como elementos típicos: desenhos, quadros e balões e/ou legendas, onde é inserido o texto verbal. (MENDONÇA, 2005, p. 199-200)

De acordo com Guimarães, a HQ é uma forma de expressão artística em que há o predomínio estímulo visual, ou seja, engloba formas de expressão em que o espectador para apreciá-las utiliza principalmente o sentido da visão. (GUIMARÃES, p.6)

As HQs trazem contribuições para o desenvolvimento da proposta deste presente trabalho, tendo como objetivo o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras.

3.2 Contribuições para o ensino de línguas estrangeiras

Várias são as contribuições que as HQs trazem para o ensino de línguas, começando pela formação de leitores, a partir da leitura-prazer, conforme diz Bari:

Pelo trânsito natural de informações essenciais para a convivência social nas histórias em quadrinhos, seja com intencionalidade educativa ou voltadas para mero entretenimento, esta linguagem atrativa e amigável realmente tem o poder especial de formar suas próprias comunidades de leitores e aprimorar- lhes as habilidades e competências inerentes à leitura. Assim, se a significação do ato de ler está contida nas vivências cotidianas, a leitura das histórias em quadrinhos eleva os níveis de significação e convivência social inseridos nas leituras, ampliando os conceitos fundamentais de seu ato manifesto. (BARI, 2008, p. 118)


Além da questão da leitura, as HQs também contribuem com outros requisitos que ajudam no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, são eles:

• Possibilidade de trabalhar com as competências leitora, interpretativa, oral e escrita;
• Possibilidade de desenvolver o Comportamento Leitor e o Comportamento Escritor dos educandos;
• Possibilidade de trabalhar com a competência argumentativa;
• Desenvolve o senso crítico;
• Desenvolve o imaginário e a criatividade;
• Defronta os educandos com questões do cotidiano;
• Prepara o leitor para a decodificação e a apropriação de diferentes linguagens;
• Entre outros.

Os itens citados acima, de alguma maneira, contribuirão para o desenvolvimento e eficácia da proposta, alcançando o objetivo da mesma.

4- Estruturas da HQ

O sistema narrativo das HQs é composto por dois códigos que atuam inter-relacionamente: o visual e o verbal. Também, utiliza elementos comunicacionais específicos que identificam a linguagem:

4.1 Requadro

É o elemento determinativo das margens de uma vinheta. Pode ser composto por uma moldura, uma linha demarcatória ou uma borda. Tem como principal função distinguir os diferentes momentos da ação representados na História em Quadrinhos, logo, também agrega a representação do tempo.


 
4.2 Desenho ou Vinheta

Pode representar o ambiente, ações e personagens. De modo que estas representações gerem imagens eficazes para o entendimento da mensagem. Cada vinheta é constituída da relação dos elementos visuais com os elementos verbais.


 
4.3 Linhas Cinéticas

Constitui o elemento comunicativo que ajuda no reconhecimento visual dos objetos representados. As linhas podem representar elas mesmas um objeto, ou o contorno do objeto; pode criar um relevo ou superfície, dar ideia de luminosidade, além de representar ações concretas e movimentos.



4.4 Balão

O balão vai indicar a verbalização dos personagens. Ele possui variadas formas, cada uma com significações distintas:

• O rabicho aponta para o personagem que está falando;
• Quando o rabicho é representado por bolinhas, indica que o personagem está pensando;
• O balão pontilhado indica que o personagem está cochichando;
• O balão trêmulo indica o temor do personagem durante sua fala;
• O balão splash indica a raiva e alteração de voz do personagem.



4.5 Recordatório

É a caixa de texto inserido na vinheta que tem como principal função recordar ao leitor os fatos narrados na HQ anterior. Também funciona para indicar a simultaneidade dos acontecimentos da narrativa, a passagem de tempo ou o deslocamento do espaço.



4.6 Onomatopeias

São palavras que indicam sons ambientais, ruídos, urros e interjeições humanas. Nas HQ, adquirem o status de símbolos gráficos, complementando e reiterando as ações descritas na narrativa.




 
4.7 Metáforas visuais

Ocorrem quando uma imagem se associa a um conceito diferente de seu significado original.




 

4.8 Cor

A colorização da HQ não se restringe somente aos aspectos estéticos. Ela pode refinar a representação ambiental, dos personagens e movimentos, das emoções dos personagens. Também, sua significação poderá variar de acordo com cada cultura.




5- As HQs no ensino de Línguas Estrangeiras: desenvolvimento das competências leitor compreensiva, oral e escrita

A utilização das HQs para o ensino de línguas estrangeiras pode ser realizada de diversas maneiras, neste presente trabalho serão apresentadas algumas propostas:

• Texto a partir da imagem
→ Essa técnica resulta na elaboração do texto verbal a partir das imagens;
→ Desenvolve a capacidade de decodificação a partir das imagens;
→ Estimula o Comportamento escritor do educando;
→ Desenvolve a competência escrita.

• Imagem a partir do texto
→ Essa técnica resulta na elaboração do texto visual a partir do texto verbal;
→ Desenvolve a competência leitor compreensiva do texto;
→ Estimula o Comportamento leitor do educando;
→ Desenvolve a capacidade criativa.

• Leitura, compreensão e discussão da HQ
→ Desenvolve a competência leitor compreensiva do texto;
→ Estimula o Comportamento leitor do educando;
→ Desenvolve a competência oral;
→ Desenvolve o senso crítico;
→ Possibilita o desenvolvimento da competência argumentativa.

• Produção da HQ a partir de um tema discutido em sala de aula
→ Desenvolve a competência escrita;
→ Desenvolve a capacidade criativa;
→ Desenvolve a capacidade de produção do gênero textual HQ.

 As HQs nacionais podem ser utilizadas nesta proposta desde que as falas dos balões sejam substituídas por falas da língua estrangeira estudada ou suprimidas.

6- Considerações Finais

Diante dos conceitos e contribuições apresentados em relação à utilização de gêneros textuais no ensino/aprendizagem de línguas, sendo que neste trabalho em específico o gênero textual HQs, fica latente sua importância. Pois, através do mesmo, o educando desenvolve a competência leitor compreensiva, oral e escrita. Também, desenvolve seu intelecto, capacidade criativa, senso crítico e argumentação.

Para o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, tendo como foco a Educação Básica, o gênero HQs se constitui uma ferramenta adequada para a realização das propostas deste presente trabalho. Pois, ela estimula a leitura-prazer, já que possui um formato, linguagem e conteúdo voltados para o público infanto-juvenil em especial, facilitando o desenvolvimento das competências necessárias para aquisição de uma língua estrangeira.


 

Referências
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BARI, Valéria Aparecida. O potencial das histórias em quadrinhos na formação de leitores. São Paulo: Escola de Comunicações e Artes- ECA/USP, 2008. (Tese de Doutorado)
URL: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-27042009-121512/

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino fundamental 3º e 4º ciclos: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.

GUIMARÃES, Edgard. Uma caracterização ampla para a História em Quadrinhos e seus limites com outras formas de expressão. Disponível em: http://klicarte.no.sapo.pt/historiaeartes.pdf
Acessado em: 10/11/2010.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

MENDONÇA, M. R. de S. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

 
  • Artigo produzido por Erida Souza Lima (graduanda do curso Letras Espanhol Licenciatura da Universidade Federal de Sergipe)

TRABALHANDO COM A LITERATURA HISPÂNICA JUVENIL NO ENSINO/APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA


1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O processo de ensino/aprendizagem do E/LE se torna mais difícil, quando os educandos não possuem um conhecimento prévio da língua, como acontece no ensino da língua vernácula. Para desenvolver as competências leitora, oral e escrita, por exemplo, é necessário que o professor ao trabalhar com o texto aproveite para explorar questões de fonética, vocabulário e gramática da língua estudada, para que se torne possível o desenvolvimento de tais competências, desde os primeiros níveis de ensino em uma nova língua.
Em se tratando de uma segunda língua, constitui-se um desafio para o educador encontrar metodologias adequadas e eficazes no seu processo de ensino-aprendizagem. A educação básica constitui-se um processo de suma importância na formação do educando, pois, é através dela que o mesmo adquire o alicerce necessário para o desenvolvimento e aquisição de novos conhecimentos. No entanto, o ensino de E/LE na educação básica ainda se faz de maneira tradicional, já que, em geral, o foco está direcionado exclusivamente na gramática. Não que a mesma não seja importante, mas, somente ela não é suficiente para aquisição de uma língua. Portanto, os conteúdos gramaticais precisam ser trabalhados de maneira mais contextualizada e de forma a fazer sentido dentro da realidade do aluno. Os recursos lúdicos e áudio-orais/visuais, por exemplo, podem contribuir significamente nesse sentido.
Fica latente que as metodologias de ensino de línguas necessitam de reformulação. O presente trabalho se faz com o propósito de contribuir no processo ensino/aprendizagem da língua espanhola, no ensino fundamental, utilizando-se de outras metodologias de ensino e a Literatura Hispânica Juvenil como ferramenta para este processo.
Para alcançar tal objetivo, serão apresentadas propostas de como trabalhar com a Literatura em sala de aula, visando desenvolver as competências leitora, oral e escrita dos educandos, utilizando recursos lúdicos. A partir da literatura, os educandos desenvolverão a capacidade de expressar-se e entender idéias, sentimentos, emoções. Além de sensibilizar o educando a compreender a realidade social de cada lugar: valores, tradições, costumes.
2. A LITERATURA HISPÂNICA JUVENIL
2.1 CONCEITO
A Literatura Hispânica Juvenil é uma obra literária que através do mágico, do fantástico, da fantasia, do maravilhoso, do poético; estimula a criatividade e o imaginário do jovem, fazendo com que ele participe da história junto aos personagens, através de sensações de alegria, tristeza, medo, magia, mistério. Partindo de um formato, linguagem e conteúdo voltados especialmente para o jovem, a Literatura Hispânica Juvenil aborda um determinado tema real no seu mundo, fazendo com que o jovem entre nesse mundo e ao fim da história, seja despertado o senso crítico, a reflexão sobre o mesmo. A Literatura juvenil pode ser um meio bastante eficaz para problematizar o real e questionar a realidade vivida. Logo, o jovem poderá fazer uma relação entre o real no interior da história e o real no seu mundo exterior, na sua realidade.
Coelho faz a seguinte afirmação acerca da Literatura Infanto-Juvenil:          
  “... é arte: fenômeno de criatividade que apresenta o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização”. (COELHO, 1987)
Yunes converge para a mesma direção. Para essa autora a Literatura Infanto-Juvenil:
É a arte de inventar, de fingir, de enganar e ao mesmo tempo mostrar o engano. É, portanto, uma linguagem instauradora da realidade e exploradora dos sentidos, a qual possui uma capacidade de gerar inúmeras significações a cada leitura. (YUNES, 1988)

A Literatura Infanto-Juvenil é o inventar, o fingir, o enganar; porque cria uma história fictícia, porém, através dela mostra seu próprio engano, que seria a realidade. É também uma exploradora de sentidos, porque possibilita inúmeras interpretações e significações a cada leitura, a depender do imaginário de cada leitor.
Antes de apresentar a proposta deste presente trabalho, serão mencionadas algumas contribuições que a Literatura Infanto-Juvenil trará para o desenvolvimento de tal proposta, tendo como objetivo o ensino/aprendizagem da língua espanhola.
2.2 CONTRIBUIÇÕES
Ø  Estimula a leitura-prazer;
Ø  Possibilidade de trabalhar com as competências leitora, oral e escrita;
Ø  Uma boa literatura impulsiona o ato criador do leitor;
Ø  Pode-se fazer uma leitura individual e em grupo, utilizando a Dinâmica de grupo e a Interação participativa;
Ø  Trabalha com a oralidade dos alunos, à medida que os mesmos fazem uma leitura incorporada à história, aos personagens, utilizando a entonação, o ritmo, a ênfase, o volume e a pronúncia adequada para cada situação;
Ø  Possibilidade de transformar a história numa peça teatral, utilizando as competências de dramaturgia e oralidade;
Ø  Explora a comunicação;
Ø  Desenvolve o imaginário e a criatividade;
Ø  Amplitude de culturas e conhecimentos;
Ø  Amplia a visão de mundo e da realidade;
Ø  Desenvolve a competência compreensiva de si e do outro;
Ø  Desenvolve o intelecto;
Ø  Desperta a sensibilidade;
Ø  Possibilidade de trabalhar com a competência argumentativa;
Ø  Desenvolve o senso crítico;
Ø  Estimula a criança a tomar posição e fazer escolhas;
Ø  Defronta o aluno com questões complexas da realidade como: o egoísmo, a fraternidade, a competição, a colaboração, a fidelidade, a falsidade, a inveja, o orgulho, a ambição, a amizade, o amor, etc.
Os itens citados acima, de alguma maneira, contribuirão para o desenvolvimento e eficácia da proposta, alcançando o objetivo da mesma.
3. TRABALHANDO A LITERATURA HISPÂNICA JUVENIL NA SALA DE AULA
3.1 PROPOSTA
Para trabalhar com a Literatura Juvenil no processo ensino/aprendizagem da língua espanhola, propõe-se a utilização de recursos lúdicos, participação interativa e dinâmica de grupo. A partir das obras literárias, o professor pode explorar o cognitivo dos alunos, trabalhando com a compreensão do texto, trazendo para a realidade os valores e contravalores encontrados, os aspectos positivos e negativos, identificando-os na sociedade. Também não pode deixar de aproveitar a ocasião para trabalhar questões de fonética, vocabulário e gramática, e a partir daí, explorar as competências leitora, oral e escrita dos educandos.
Primeiramente, é importante que o professor tenha em mente alguns procedimentos básicos para trabalhar com a leitura em sala de aula:
1- Conscientizar o aluno da importância do ato de ler como conhecimento, além de seu significado;
2- Observar junto aos alunos como o texto trata da realidade e de que maneira nos ajuda a compreendê-la;
3- Através de recursos lúdicos: dinâmicas, jogos, brincadeiras, entre outros; induzir o aluno a criar seu próprio texto.
3.2 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA EM CLASSE
Antes de começar a trabalhar com os textos literários, o professor (a) deve passar aos alunos noções básicas de fonética espanhola, a partir do alfabeto, e respectivos sons das letras fora e dentro de um contexto. E então, a partir dos textos, os alunos iriam desenvolver a leitura, observando na prática certas realizações da fonética estudada previamente (sons das letras), sempre com a mediação do professor (a) neste processo, corrigindo-os quando necessário. Assim, aos poucos, e com a leitura de diversos textos, os alunos podem aperfeiçoar o conhecimento das realizações fonéticas em uso na língua meta.
O professor deve selecionar histórias curtas que possam ser lidas em sala, no máximo em duas aulas. É interessante que o mesmo organize a sala em círculo, para quebrar o padrão formal e dar um caráter mais descontraído. Também é possível fazer dinâmicas de grupo, onde os próprios alunos podem fazer a leitura da história (A leitura em grupo desenvolveria a competência oral dos alunos, já que eles necessitariam utilizar a pronúncia, volume, ritmo, ênfase e a entonação adequada para cada situação da história).
Após a leitura, o professor deve explorar a oralidade dos alunos, abrindo um diálogo com os mesmos, acerca dos valores e contra valores encontrados na história. Preferencialmente, selecionar histórias que abordem aspectos culturais hispânicos, para que os alunos tenham acesso a esse conhecimento. Em seguida, é preciso trabalhar a capacidade de comunicação dos alunos organizando um debate em sala de aula, acerca dos temas abordados na história, trazendo para a realidade os valores e contra valores, os aspectos positivos e negativos, identificando-os na sociedade. No debate, os alunos desenvolveriam a competência argumentativa, o senso crítico, além de aprenderem a tomar decisões e fazerem escolhas.
Após a discussão da história em grupo, o professor (a) pode propor que um grupo de alunos se reúna em período oposto à aula, para ensaiar a dramatização da história e apresentar aos demais colegas na aula seguinte, utilizando a língua espanhola. Pois, trabalhando com a dramaturgia, os alunos interagem entre si, além de desenvolverem a linguagem corporal e a oralidade.
Em relação ao desenvolvimento da competência escrita, o professor deve incentivar e fazer propostas para que os alunos produzam um texto sobre a história ou sobre os valores tratados na mesma, e que tenham sido discutidos em classe. Nesta proposta, os alunos podem praticar a escrita, aprendendo a redigir textos, além de pôr em prática os conhecimentos gramaticais e de vocabulário da língua espanhola.
A partir dos próprios textos redigidos pelos alunos, o professor aproveita para tratar da gramática, com base nos erros cometidos pelos mesmos. Já no que diz respeito ao vocabulário, esse seria trabalhado a partir dos vocábulos encontrados na história original, tratando de ampliar esse tipo de conhecimento nos alunos, destacando as novas palavras que vão surgindo e seus significados naquele contexto.
Para que a proposta tenha eficácia, é importante que todos os alunos participem das atividades, e para que isso ocorra, é necessário que o professor tenha um controle de quem já participou, para dar oportunidade para os demais e não acontecer dos alunos mais extrovertidos fazerem tudo e os outros ficarem somente como ouvintes. Independente de ser extrovertido ou não, ter facilidade ou não para falar em público, dramatizar ou escrever, todos têm de participar para que tenham a oportunidade de aprender com seus erros e acertos.
Esta proposta está sujeita a adaptações de acordo com as necessidades e realidades encontradas nas diferentes turmas, respeitando o ritmo e desenvolvimento de cada uma.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As estratégias e dinâmicas apresentadas em relação à Literatura Hispânico-Juvenil, representam importantes ferramentas para trabalhar com o público infanto-juvenil. Pois, através delas, o educando amplia seu conhecimento de mundo, cultura; desenvolve sua competência leitora, oral e, consequentemente, escrita. Também, desenvolve seu intelecto, capacidade de compreensão, senso crítico e argumentação.
Para o ensino/aprendizagem da língua espanhola, tendo como foco o ensino fundamental, a Literatura Hispânico-Juvenil se constitui uma ferramenta adequada aos objetivos dessa fase do ensino básico. Pois, ela possui um formato, linguagem e conteúdo, direcionado especialmente para esse público, estimulando-os para uma leitura-prazer, conforme com as seguintes considerações:
A literatura infantil, na perspectiva da leitura-prazer [...] tem exatamente por meta a exploração do processo de comunicação que a obra literária por si só já representa. Através da identificação e de trocas culturais entre obra e leitor, provocado pela mediação do professor, as visões de mundo do aluno defrontam-se com visões de mundo da obra. (OLIVEIRA, 1996, p. 49)

 Dessa forma, ainda podemos reiterar que, além disso, a Literatura Hispânico-Juvenil traz importantes contribuições para o desenvolvimento do aprendiz, como: desenvolvimento da criatividade e imaginário, ampliação de conhecimento cultural, visão de mundo e realidade, exploração da comunicação, desenvolvimento do intelecto e compreensão, sensibilidade, senso crítico e argumentação. Também estimula a tomar posição e a fazer escolhas, além de que defronta a criança com questões complexas da realidade como: o egoísmo, a fraternidade, a competição, a colaboração, a fidelidade, a falsidade, a inveja, e outros aspectos que envolvem as relações humanas.
A história literária que, de modo geral, estimula o aluno a uma leitura-prazer, pode ser um importante recurso para incentivar a produção escrita do mesmo. O interessante, é que a partir das produções textuais dos alunos, o professor também possa ensinar estruturas gramaticais com base nos erros dos alunos. Dessa maneira, a gramática pode ser tratada dentro de aspectos da realidade e de necessidades dos mesmos, e não de forma descontextualizada. Essas histórias literárias, também possibilitam ao professor explorar e ampliar o conhecimento vocabular de seus alunos, por meio das dinâmicas já colocadas e da própria criatividade de cada professor e de sua turma de alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Dimensões Comunicativas no ensino de línguas. São Paulo: Pontes Editores, 2008. 5ª ed.

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática/ Unesco, 1975.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 1992. – 2. ed.rev. – (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor; v. 16).

BENÍTEZ, Pedro; BUESO, Isabel; GELABERT, Mª José. Producción de materiales para la enseñanza de español. Madrid: Arco Libros, S.L., 2002.

GARGALLO, Isabel Santos. Linguística aplicada a la enseñanza-aprendizaje del español como lengua extranjera. Madrid: Arco Libros, S.L., 1999.

OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Leitura Prazer: interação participativa com a literatura infantil na escola. São Paulo: Paulinas, 1996 – (Coleção comunicar).

VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.





Artigo produzido por Erida Souza Lima e Carina de Jesus Mota- graduandas do curso Letras Espanhol Licenciatura da Universidade Federal de Sergipe.