PARA REFLEJAR...

Nunca te olvides que existen cuatro cosas en la vida que no más se recuperan:



La piedra- después de tirada;

La palabra- después de dicha;

La ocasión- después de perdida;

El tiempo- después de pasado.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

TRABALHANDO COM A LITERATURA HISPÂNICA JUVENIL NO ENSINO/APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA


1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O processo de ensino/aprendizagem do E/LE se torna mais difícil, quando os educandos não possuem um conhecimento prévio da língua, como acontece no ensino da língua vernácula. Para desenvolver as competências leitora, oral e escrita, por exemplo, é necessário que o professor ao trabalhar com o texto aproveite para explorar questões de fonética, vocabulário e gramática da língua estudada, para que se torne possível o desenvolvimento de tais competências, desde os primeiros níveis de ensino em uma nova língua.
Em se tratando de uma segunda língua, constitui-se um desafio para o educador encontrar metodologias adequadas e eficazes no seu processo de ensino-aprendizagem. A educação básica constitui-se um processo de suma importância na formação do educando, pois, é através dela que o mesmo adquire o alicerce necessário para o desenvolvimento e aquisição de novos conhecimentos. No entanto, o ensino de E/LE na educação básica ainda se faz de maneira tradicional, já que, em geral, o foco está direcionado exclusivamente na gramática. Não que a mesma não seja importante, mas, somente ela não é suficiente para aquisição de uma língua. Portanto, os conteúdos gramaticais precisam ser trabalhados de maneira mais contextualizada e de forma a fazer sentido dentro da realidade do aluno. Os recursos lúdicos e áudio-orais/visuais, por exemplo, podem contribuir significamente nesse sentido.
Fica latente que as metodologias de ensino de línguas necessitam de reformulação. O presente trabalho se faz com o propósito de contribuir no processo ensino/aprendizagem da língua espanhola, no ensino fundamental, utilizando-se de outras metodologias de ensino e a Literatura Hispânica Juvenil como ferramenta para este processo.
Para alcançar tal objetivo, serão apresentadas propostas de como trabalhar com a Literatura em sala de aula, visando desenvolver as competências leitora, oral e escrita dos educandos, utilizando recursos lúdicos. A partir da literatura, os educandos desenvolverão a capacidade de expressar-se e entender idéias, sentimentos, emoções. Além de sensibilizar o educando a compreender a realidade social de cada lugar: valores, tradições, costumes.
2. A LITERATURA HISPÂNICA JUVENIL
2.1 CONCEITO
A Literatura Hispânica Juvenil é uma obra literária que através do mágico, do fantástico, da fantasia, do maravilhoso, do poético; estimula a criatividade e o imaginário do jovem, fazendo com que ele participe da história junto aos personagens, através de sensações de alegria, tristeza, medo, magia, mistério. Partindo de um formato, linguagem e conteúdo voltados especialmente para o jovem, a Literatura Hispânica Juvenil aborda um determinado tema real no seu mundo, fazendo com que o jovem entre nesse mundo e ao fim da história, seja despertado o senso crítico, a reflexão sobre o mesmo. A Literatura juvenil pode ser um meio bastante eficaz para problematizar o real e questionar a realidade vivida. Logo, o jovem poderá fazer uma relação entre o real no interior da história e o real no seu mundo exterior, na sua realidade.
Coelho faz a seguinte afirmação acerca da Literatura Infanto-Juvenil:          
  “... é arte: fenômeno de criatividade que apresenta o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização”. (COELHO, 1987)
Yunes converge para a mesma direção. Para essa autora a Literatura Infanto-Juvenil:
É a arte de inventar, de fingir, de enganar e ao mesmo tempo mostrar o engano. É, portanto, uma linguagem instauradora da realidade e exploradora dos sentidos, a qual possui uma capacidade de gerar inúmeras significações a cada leitura. (YUNES, 1988)

A Literatura Infanto-Juvenil é o inventar, o fingir, o enganar; porque cria uma história fictícia, porém, através dela mostra seu próprio engano, que seria a realidade. É também uma exploradora de sentidos, porque possibilita inúmeras interpretações e significações a cada leitura, a depender do imaginário de cada leitor.
Antes de apresentar a proposta deste presente trabalho, serão mencionadas algumas contribuições que a Literatura Infanto-Juvenil trará para o desenvolvimento de tal proposta, tendo como objetivo o ensino/aprendizagem da língua espanhola.
2.2 CONTRIBUIÇÕES
Ø  Estimula a leitura-prazer;
Ø  Possibilidade de trabalhar com as competências leitora, oral e escrita;
Ø  Uma boa literatura impulsiona o ato criador do leitor;
Ø  Pode-se fazer uma leitura individual e em grupo, utilizando a Dinâmica de grupo e a Interação participativa;
Ø  Trabalha com a oralidade dos alunos, à medida que os mesmos fazem uma leitura incorporada à história, aos personagens, utilizando a entonação, o ritmo, a ênfase, o volume e a pronúncia adequada para cada situação;
Ø  Possibilidade de transformar a história numa peça teatral, utilizando as competências de dramaturgia e oralidade;
Ø  Explora a comunicação;
Ø  Desenvolve o imaginário e a criatividade;
Ø  Amplitude de culturas e conhecimentos;
Ø  Amplia a visão de mundo e da realidade;
Ø  Desenvolve a competência compreensiva de si e do outro;
Ø  Desenvolve o intelecto;
Ø  Desperta a sensibilidade;
Ø  Possibilidade de trabalhar com a competência argumentativa;
Ø  Desenvolve o senso crítico;
Ø  Estimula a criança a tomar posição e fazer escolhas;
Ø  Defronta o aluno com questões complexas da realidade como: o egoísmo, a fraternidade, a competição, a colaboração, a fidelidade, a falsidade, a inveja, o orgulho, a ambição, a amizade, o amor, etc.
Os itens citados acima, de alguma maneira, contribuirão para o desenvolvimento e eficácia da proposta, alcançando o objetivo da mesma.
3. TRABALHANDO A LITERATURA HISPÂNICA JUVENIL NA SALA DE AULA
3.1 PROPOSTA
Para trabalhar com a Literatura Juvenil no processo ensino/aprendizagem da língua espanhola, propõe-se a utilização de recursos lúdicos, participação interativa e dinâmica de grupo. A partir das obras literárias, o professor pode explorar o cognitivo dos alunos, trabalhando com a compreensão do texto, trazendo para a realidade os valores e contravalores encontrados, os aspectos positivos e negativos, identificando-os na sociedade. Também não pode deixar de aproveitar a ocasião para trabalhar questões de fonética, vocabulário e gramática, e a partir daí, explorar as competências leitora, oral e escrita dos educandos.
Primeiramente, é importante que o professor tenha em mente alguns procedimentos básicos para trabalhar com a leitura em sala de aula:
1- Conscientizar o aluno da importância do ato de ler como conhecimento, além de seu significado;
2- Observar junto aos alunos como o texto trata da realidade e de que maneira nos ajuda a compreendê-la;
3- Através de recursos lúdicos: dinâmicas, jogos, brincadeiras, entre outros; induzir o aluno a criar seu próprio texto.
3.2 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA EM CLASSE
Antes de começar a trabalhar com os textos literários, o professor (a) deve passar aos alunos noções básicas de fonética espanhola, a partir do alfabeto, e respectivos sons das letras fora e dentro de um contexto. E então, a partir dos textos, os alunos iriam desenvolver a leitura, observando na prática certas realizações da fonética estudada previamente (sons das letras), sempre com a mediação do professor (a) neste processo, corrigindo-os quando necessário. Assim, aos poucos, e com a leitura de diversos textos, os alunos podem aperfeiçoar o conhecimento das realizações fonéticas em uso na língua meta.
O professor deve selecionar histórias curtas que possam ser lidas em sala, no máximo em duas aulas. É interessante que o mesmo organize a sala em círculo, para quebrar o padrão formal e dar um caráter mais descontraído. Também é possível fazer dinâmicas de grupo, onde os próprios alunos podem fazer a leitura da história (A leitura em grupo desenvolveria a competência oral dos alunos, já que eles necessitariam utilizar a pronúncia, volume, ritmo, ênfase e a entonação adequada para cada situação da história).
Após a leitura, o professor deve explorar a oralidade dos alunos, abrindo um diálogo com os mesmos, acerca dos valores e contra valores encontrados na história. Preferencialmente, selecionar histórias que abordem aspectos culturais hispânicos, para que os alunos tenham acesso a esse conhecimento. Em seguida, é preciso trabalhar a capacidade de comunicação dos alunos organizando um debate em sala de aula, acerca dos temas abordados na história, trazendo para a realidade os valores e contra valores, os aspectos positivos e negativos, identificando-os na sociedade. No debate, os alunos desenvolveriam a competência argumentativa, o senso crítico, além de aprenderem a tomar decisões e fazerem escolhas.
Após a discussão da história em grupo, o professor (a) pode propor que um grupo de alunos se reúna em período oposto à aula, para ensaiar a dramatização da história e apresentar aos demais colegas na aula seguinte, utilizando a língua espanhola. Pois, trabalhando com a dramaturgia, os alunos interagem entre si, além de desenvolverem a linguagem corporal e a oralidade.
Em relação ao desenvolvimento da competência escrita, o professor deve incentivar e fazer propostas para que os alunos produzam um texto sobre a história ou sobre os valores tratados na mesma, e que tenham sido discutidos em classe. Nesta proposta, os alunos podem praticar a escrita, aprendendo a redigir textos, além de pôr em prática os conhecimentos gramaticais e de vocabulário da língua espanhola.
A partir dos próprios textos redigidos pelos alunos, o professor aproveita para tratar da gramática, com base nos erros cometidos pelos mesmos. Já no que diz respeito ao vocabulário, esse seria trabalhado a partir dos vocábulos encontrados na história original, tratando de ampliar esse tipo de conhecimento nos alunos, destacando as novas palavras que vão surgindo e seus significados naquele contexto.
Para que a proposta tenha eficácia, é importante que todos os alunos participem das atividades, e para que isso ocorra, é necessário que o professor tenha um controle de quem já participou, para dar oportunidade para os demais e não acontecer dos alunos mais extrovertidos fazerem tudo e os outros ficarem somente como ouvintes. Independente de ser extrovertido ou não, ter facilidade ou não para falar em público, dramatizar ou escrever, todos têm de participar para que tenham a oportunidade de aprender com seus erros e acertos.
Esta proposta está sujeita a adaptações de acordo com as necessidades e realidades encontradas nas diferentes turmas, respeitando o ritmo e desenvolvimento de cada uma.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As estratégias e dinâmicas apresentadas em relação à Literatura Hispânico-Juvenil, representam importantes ferramentas para trabalhar com o público infanto-juvenil. Pois, através delas, o educando amplia seu conhecimento de mundo, cultura; desenvolve sua competência leitora, oral e, consequentemente, escrita. Também, desenvolve seu intelecto, capacidade de compreensão, senso crítico e argumentação.
Para o ensino/aprendizagem da língua espanhola, tendo como foco o ensino fundamental, a Literatura Hispânico-Juvenil se constitui uma ferramenta adequada aos objetivos dessa fase do ensino básico. Pois, ela possui um formato, linguagem e conteúdo, direcionado especialmente para esse público, estimulando-os para uma leitura-prazer, conforme com as seguintes considerações:
A literatura infantil, na perspectiva da leitura-prazer [...] tem exatamente por meta a exploração do processo de comunicação que a obra literária por si só já representa. Através da identificação e de trocas culturais entre obra e leitor, provocado pela mediação do professor, as visões de mundo do aluno defrontam-se com visões de mundo da obra. (OLIVEIRA, 1996, p. 49)

 Dessa forma, ainda podemos reiterar que, além disso, a Literatura Hispânico-Juvenil traz importantes contribuições para o desenvolvimento do aprendiz, como: desenvolvimento da criatividade e imaginário, ampliação de conhecimento cultural, visão de mundo e realidade, exploração da comunicação, desenvolvimento do intelecto e compreensão, sensibilidade, senso crítico e argumentação. Também estimula a tomar posição e a fazer escolhas, além de que defronta a criança com questões complexas da realidade como: o egoísmo, a fraternidade, a competição, a colaboração, a fidelidade, a falsidade, a inveja, e outros aspectos que envolvem as relações humanas.
A história literária que, de modo geral, estimula o aluno a uma leitura-prazer, pode ser um importante recurso para incentivar a produção escrita do mesmo. O interessante, é que a partir das produções textuais dos alunos, o professor também possa ensinar estruturas gramaticais com base nos erros dos alunos. Dessa maneira, a gramática pode ser tratada dentro de aspectos da realidade e de necessidades dos mesmos, e não de forma descontextualizada. Essas histórias literárias, também possibilitam ao professor explorar e ampliar o conhecimento vocabular de seus alunos, por meio das dinâmicas já colocadas e da própria criatividade de cada professor e de sua turma de alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Dimensões Comunicativas no ensino de línguas. São Paulo: Pontes Editores, 2008. 5ª ed.

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática/ Unesco, 1975.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 1992. – 2. ed.rev. – (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor; v. 16).

BENÍTEZ, Pedro; BUESO, Isabel; GELABERT, Mª José. Producción de materiales para la enseñanza de español. Madrid: Arco Libros, S.L., 2002.

GARGALLO, Isabel Santos. Linguística aplicada a la enseñanza-aprendizaje del español como lengua extranjera. Madrid: Arco Libros, S.L., 1999.

OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Leitura Prazer: interação participativa com a literatura infantil na escola. São Paulo: Paulinas, 1996 – (Coleção comunicar).

VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.





Artigo produzido por Erida Souza Lima e Carina de Jesus Mota- graduandas do curso Letras Espanhol Licenciatura da Universidade Federal de Sergipe.

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